— Vamos? — Matt roça a mão na minha, encorajando.
Aceno, saímos do carro e ele me guia para dentro. O hall é simples e limpo, piso encerado, crucifixo discreto na parede.
— Boa tarde, senhor Spelling! — uma senhora de cabelos ruivos presos num coque impecável nos recebe com simpatia. — A que devo mais uma visita essa semana?
— Vim apresentar minha namorada. — ele responde.
— Que bom! — ela estende a mão para mim. — Prazer, sou a monitora Happer.
— Margo. Prazer.
— Querem ver as crianças agora? Estão no parquinho. Ou preferem esperar o banho?
— Agora, se puder. — digo, incapaz de conter o entusiasmo.
Seguimos por um corredor que se abre num pátio grande nos fundos. O gramado, fofinho, absorve o barulho de passinhos. Há escorregador, corda, balanços. Umas meninas brincam de boneca na sombra; dois meninos disputam quem vai mais alto no balanço; uma dupla tenta pular corda no ritmo certo e erra, rindo. Eu travo onde estou, os olhos umedecendo sem permissão. Respiro, abraço o Matt de lado.