Terminamos de nos arrumar já perto das onze. Mat resmungava do sofá da sala, dizendo que se tivesse esperado mais cinco minutos, teria desistido. Emma ria enquanto retocava o batom pela terceira vez, e Llote reclamava que o vestido justo demais estava marcando sua calcinha.
Fui a primeira a ficar pronta. Bastou Mat soltar um “esse vestido tá te comendo viva” e eu nem quis mais experimentar outros. Um vestido bordô de alças finas, que colava no meu corpo como um segredo prestes a ser revelado. Não era o mais confortável — alguma etiqueta me pinicava as costas — mas naquele momento, meu desconforto era o de menos. Hoje, eu queria causar.
Chegamos ao pub pouco antes da meia-noite. A fila estava caótica, atravessando o quarteirão iluminado por postes amarelados e faróis dos carros. O vento quente da noite grudava meu cabelo no batom e o suor já começava a formar uma película na nuca. Olhei em volta: grupos de amigos rindo, casais se beijando sem pudor, meninas tropeçando de salto. Um típi