Margo finalmente tomou uma atitude.
Mas por dentro… eu tremo.
Meu coração acelera como se estivesse fugindo de algo — ou de alguém. Porque a verdade é que eu sei. Sei exatamente o que pode acontecer agora.
Misa não gosta de conversas difíceis. Ele nunca gostou. Sempre que nos aproximamos de algo mais sério — de perguntas que pesam, de silêncios que doem — ele desaparece. Some por semanas. Nenhuma mensagem. Nenhum aviso.
E depois… volta. Como se nada tivesse acontecido. Como se eu também não tivesse acontecido.
É por isso que eu falo rindo, bebo antes de vê-lo, provoco. Porque eu piso em ovos. E ele também. A gente se atrai, mas tem medo do que isso pode significar.
Tenho medo de questionar demais e perder o pouco que recebo. Medo de vê-lo sumir de novo.
E o pior? Medo de perceber que, mesmo assim, eu ainda o espero.
O resto da festa seguiu em câmera lenta. Cheguei ao bar e encontrei meus amigos — reclamaram da minha demora, mas não dei muitas explicações. Sorri, bebi um gole de Cosmop