A cerimônia começou como uma ópera em câmera lenta. July entrou de cinza — cinza! — num mar de espelhos, o sorriso afiado como lâmina; lançou-me um olhar de triunfo que não comprei. No altar, Misa encarou tudo menos a noiva. O “sim” dela veio antes da pergunta terminar; o dele demorou o suficiente para que eu imaginasse o ar travar no salão. Quando a voz saiu, foi um “sim” técnico, sem música. O beijo da consagração foi um selinho administrativo. Aplausos. Perfume. O corredor de saída engolindo os dois.
— Agora, festa! — Llote apareceu, deslumbrante, pendurada no braço do Chris.
— A gente podia pular essa parte — Jones falou, enquanto Emma o puxava pela mão.
— Ciúmes, senhor Jones? — eu o provoquei.
— Seu namorado não tem porque sabe que você não dança — devolveu.
— Sorte a minha — Matt me abraçou por trás, a voz no meu ouvido de novo.
Seguimos para o salão da recepção. A mesma estética glacial, acrescida de mesas redondas de tampo espelhado e um lustre central que parecia um anel de