Vejo Margo sair do salão com o braço entrelaçado no do Matt — cabeça erguida, vestido claro abraçando uma barriga que já denuncia a nova órbita da vida dela. É um soco e um alívio: ela está bem… e está longe de mim. Talvez ser o vilão tenha sido a única coisa decente que fiz por ela em anos.
A orquestra troca de standard; o Plaza inteiro respira dinheiro. Lustres como constelações presas no teto, prata polida, risos treinados. As amigas dela — Emma e Llote — dançam com copos nas mãos; até o Jones, que sempre se acha o dono do bar, perdeu a guarda do próprio copo. Olho sem ver. Onde encosto, os olhares grudam em mim: o “recém-casado”. O título bate na lapela como alfinete.
— Abra um sorriso — a voz de Antony surge ao meu lado, untada de verniz, enquanto me empurra um copo de uísque. — É o começo da sua vida de homem sério.
Dou um gole. O líquido desce ardendo.
— Geralmente, quando a gente cruza a porta do inferno, não ri na recepção.
— Este casamento precisa durar até a eleição — ele n