Capítulo 113

Troquei mais duas frases, escapei com a desculpa do toalete. No espelho do banheiro, uma mulher em vestido rosa claro olhou de volta. Eu, mas outra — redoma de renda, olhos mais cansados, a barriga mais explícita do que qualquer palavra. Retocar o batom foi uma pausa. Puxei ar; abri a porta.

Misa estava do lado de fora, encostado na parede como se o corredor fosse propriedade dele. A música da festa parecia debaixo d’água; a luz amarelada esticava sombras nas molduras e deixava todo mundo com pele de champanhe. Ele não parecia bêbado — cheirava a uísque caro, sim —, mas os olhos estavam lúcidos demais, cortando de um ponto a outro do corredor como quem mede ângulos de tiro. Por reflexo, minha mão foi à barriga quando senti um mexer discreto. Eles sentiram.

— Margo — a voz dele veio rouca, rasgada de algo que eu não soube nomear.

— Misa.

Ele demorou um segundo para responder, o olhar descendo até o meu ventre e voltando, duro. O maxilar marcava; os nós dos dedos branqueavam contra o bo
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