Capítulo 112

A lua cheia pairava como um disco frio sobre Manhattan. Sem estrelas, sem respiro. A fachada do Plaza, toda creme e cornijas, brilhava sob os holofotes; fotógrafos se alinhavam em duas fileiras com suas lentes como bocas de túnel, cuspindo flashes que riscavam o ar. O chofer abriu a porta e a friagem me bateu de frente, misturada ao perfume caro que sempre ronda eventos da Quinta Avenida. Matt deu a volta no carro e me ofereceu a mão — paletó impecável, gravata alinhada com a calma habitual, aquela calma que, naquele momento, era o meu único chão.

— Pronta? — ele sussurrou, o hálito morno contra o meu ouvido.

— Nem um pouco — sorri de canto, o sorriso que uso quando preciso atravessar um campo minado.

O tapete vermelho começava na calçada, contornava a fonte de Pulitzer e entrava pela porta giratória como uma língua de veludo. A repórter, vidro de brilho nos lábios, acenou para a câmera:

— O grande dia chegou! — anunciou, voz treinada em tom de euforia. — O casamento de um dos homens
Continue lendo este livro gratuitamente
Digitalize o código para baixar o App
Explore e leia boas novelas gratuitamente
Acesso gratuito a um vasto número de boas novelas no aplicativo BueNovela. Baixe os livros que você gosta e leia em qualquer lugar e a qualquer hora.
Leia livros gratuitamente no aplicativo
Digitalize o código para ler no App