Volto à superfície devagar. Tudo é branco, há um cheiro de antisséptico. Um cateter no meu antebraço, o bip compassado que acalma. Minha mão corre instintiva para a barriga — estão ali. A intuição me diz antes dos exames. Sinto, com os dedos, o contorno ainda pequeno, a pele mais tensa. Respiro.
Olho para o canto do quarto. E o encontro.
Matt.
As pernas longas dobradas de um jeito impossível na poltrona, a barba por fazer sombreando o rosto que eu decorei; o cabelo um pouco maior, desalinhado. Dorme torto, como se não coubesse. É uma ferida e um bálsamo. Ele se mexe. Eu fecho os olhos, medo irracional de que o gesto o afaste.
Ouço passos. O perfume que conheço já me alcança antes do toque. Ele se aproxima, e a voz baixa, mais para ele do que para mim:
— Senti sua falta. — Um beijo leve na minha testa. — Só queria que você me perdoasse.
Ele começa a se afastar, e então, sem conseguir evitar, chamo:
— Matt…
Ele gira como se o nome tivesse puxado um fio invisível. Aproxima-se. Por um mom