Respiro fundo, tentando pôr ordem no que acabei de ouvir. Talvez fosse o que eu mais queria um mês atrás — alguém que eu amo dizendo que fica, que assume comigo. Só que, no meio do caminho, me acostumei com a ideia de ser mãe solteira. Penso na força e na solidão desse rótulo e, ainda assim, não quero que o Matt se sinta obrigado a carregar o que não é dele por sangue.
— Matt… — começo, devagar. — Não posso deixar. Você vai lembrar, um dia, que são filhos de alguém que você odeia.
— Eu quero. — A resposta vem sem vacilo.
— Não precisa se precipitar. — Tento ser clara, não ferina. — Filhos… prendem. Costuram vidas. Às vezes sem pedir.
— Eu quero ficar preso a você. — Ele prende meu olhar. — Não consigo mais ficar longe. Estou há semanas voltando e voltando a mesma cena na cabeça, desejando desfazer o instante em que te deixei naquele apartamento. Tive medo de você não me perdoar. Vergonha de encarar seus pais.
— Você não fez nada de errado. — Aperto a mão dele. — Foi difícil pra você.