E os dias se seguiram assim, tranquilos, no sítio dos pais de Clara.
Passamos uma semana lá — dias simples, cheios de afeto, risadas e o cheiro doce do campo. Fui recebido com uma gentileza que me desarmou por completo; cada gesto, cada olhar, me fazia entender de onde vinha o jeito delicado e generoso de Clara. Mesmo adulta, seus irmãos ainda a tratavam com o mesmo cuidado que se tem com uma flor frágil, como se quisessem protegê-la do mundo.
Chegou o dia da partida. Acordamos cedo, e a casa já estava desperta. Os irmãos de Clara e suas esposas vieram se despedir, e o cheiro do café fresco se misturava ao da madeira molhada pelo orvalho. Sentamos todos juntos à mesa. Seu Wilson, ainda debilitado, fazia questão de estar presente. Tentava disfarçar o cansaço com sorrisos e comentários leves, mas seus olhos, marejados, entregavam a emoção que ele não dizia em palavras.
Após o café, coloquei as malas no carro e voltei para me despedir junto de Clara.
— Bom... então é isso, pessoal. Vejo