Junto com o sol, saímos do hotel rumo à fazenda. Alerrandro seguia viagem para Milão, para acompanhar os preparativos da inauguração da loja.
Minha mãe estava emburrada; pela cara, percebia que ela só ia à fazenda por obrigação. Mesmo tentando ser uma pessoa melhor e aceitar Clara, minha mãe mantinha seu tom de arrogância, e a fazenda jamais estaria à altura do luxo ao qual estava acostumada.
A propriedade era aconchegante, sim, mas passava longe da mansão em Portugal e dos luxos que ela tinha como rotina.
— Amanhã mesmo voltamos para Portugal, Julian — disse ela, enquanto estávamos no caminho.
No fundo, senti um alívio por ficar sozinho com Clara.
Quando chegamos, Pierre e Hélène nos aguardavam na entrada da casa.
— Bom dia, senhores. Dona Victoria, senhor Julian, quanto tempo — disse Pierre.
Minha mãe apenas assentiu, com um sorriso que não chegava aos olhos. Hélène nos cumprimentou com poucas palavras, formal, percebendo a expressão da minha mãe.
Entramos, e a mesa do café já estav