A tarde foi se despedindo devagar, e Clara já estava bem melhor. Tomou um banho demorado, deixando o vapor tomar conta do quarto, enquanto o maquiador chegava com suas malas de pincéis e frascos cintilantes.
Fui me arrumar também. Escolhi um terno azul-marinho de três peças, com lapelas finas e corte impecável, feito sob medida em lã australiana. A camisa branca, de abotoamento duplo, vestia-se sobre mim como uma segunda pele. A gravata vermelho-escuro, em seda pura, contrastava com o azul do paletó e combinava perfeitamente com o vestido vermelho de Clara. No bolso, um lenço carmim discretamente dobrado. O relógio Patek Philippe Nautilus, de mostrador prateado, completava o conjunto com sobriedade. Nos pés, sapatos pretos polidos, que refletiam as luzes do quarto.
Ela surgiu minutos depois, e por um instante o tempo pareceu suspenso.
O vestido vermelho, de mangas longas e tecido fluido, realçava sua pele clara e escondia o leve machucado no braço. O corte era simples, mas a sofistica