Acordei no meio da noite. A penumbra do quarto era cortada apenas pela luz suave do abajur, refletindo no rosto sereno de Clara. Ela estava acordada, com o celular nas mãos, o brilho da tela iluminando seus olhos atentos.
— Está tudo bem? — perguntei, sentando-me na cama, ainda com a voz rouca de sono.
Ela levantou o olhar e sorriu levemente. — Está sim, amor. Só estou conversando com a Rafaela — respondeu, pousando o celular sobre o criado-mudo.
— Está se sentindo melhor? — perguntei, estendendo a mão para tocar seu rosto.
— Ótima — respondeu em tom baixo, aproximando-se devagar. Seus lábios encontraram os meus, e o toque suave rapidamente se transformou em algo mais intenso.
O calor do seu corpo se misturava ao meu. Sua mão percorreu meu peito nu, despertando um desejo familiar, quase incontrolável. Cada beijo era mais profundo, mais faminto, e nossas línguas se encontravam em uma dança perfeita, como se nossos corpos falassem uma língua própria — feita de respiração, desejo e entre