O primeiro raio de sol atravessou as cortinas, dourando o quarto em silêncio. Levantei-me devagar, sem fazer barulho. Clara dormia profundamente, os cabelos ruivos espalhados pelo travesseiro — um desarranjo bonito, cheio de encanto. Fiquei um instante apenas observando-a antes de pegar o celular e ir até a sacada, para não acordá-la.
Liguei para Alerrandro.
— Bom dia, patrão — respondeu com a voz ainda sonolenta.
— Bom dia, Alerrandro. Preciso de um favor — falei em tom baixo.
— Claro, diga.
— Quero que vá até uma das lojas e monte um guarda-roupa completo para uma mulher: vestidos, bolsas, sapatos… tudo que uma mulher de bom gosto precisa.
Passei as medidas aproximadas de Clara — tamanho P — e olhei discretamente para o par de sapatos jogado perto da cama para confirmar o número.
— Em qual endereço mando entregar? — ele perguntou.
— No meu. E quero tudo aqui o mais rápido possível.
— Até as dez estará no quarto, senhor.
— Estarei aguardando — finalizei, encerrando a ligaçã