Os dias no Rio se seguiram com a suavidade de um vento antigo, desses que parecem carregar memórias. Era sempre assim para mim — o Rio me devolvia a sensação de que minha avó ainda caminhava ao meu lado, sussurrando conselhos entre as brisas mornas que atravessavam os jardins do Joá. Mas, apesar dessa paz que eu só encontrava ali, havia chegado a hora de voltarmos a Nova York. Tínhamos decidido que o bebê nasceria lá, e Clara já entrava nos oito meses de gestação. Quando ele chegasse, voltaríamos ao Rio todas as vezes que o coração pedisse — por ela, pela família dela, por mim, por esse pedaço de mundo que eu mantinha inteiro.
O projeto do quarto do bebê começava a tomar forma na minha mansão no Joá, mas eu quis ver apenas depois de pronto — uma surpresa que eu estava guardando para nós.
Nos despedimos dos funcionários, de Eugênia, e partimos. Em breve, aquela casa ganharia passos pequenos, filas de risadas e um perfume de vida nova.
A viagem de volta foi tranquila. Wagner retornou co