CAPÍTULO 110

A tarde se seguiu na calmaria que só a fazenda sabia oferecer. O ar tinha aquele cheiro de terra quente e descanso, e o som distante do gado se misturava ao canto dos pássaros. Tudo parecia em paz.

Ao cair da noite tomamos banho e nos vestimos com roupas simples. Clara já passava do quinto mês de gestação — e era impossível esconder suas curvas novas, mais suaves, mais cheias. Para mim, cada mudança no corpo dela era quase uma epifania. A cada dia, a cada detalhe, eu me apaixonava de novo, como se estivesse descobrindo outra versão dela.

Saímos caminhando pela propriedade. O galpão ficava próximo à casa dos caseiros e, logo que nos aproximamos, o som da viola já enchia o ar. A fogueira ardia do lado de fora, espalhando aquele calor bom e iluminando rostos conhecidos. Pierre e Hélène vieram nos receber com abraços que aqueciam tanto quanto o fogo.

Sentamos todos próximos à fogueira. As cadeiras eram rústicas, feitas pelo pessoal da fazenda, e os troncos ao redor serviam de assento impr
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