capítulo 3

PONTO DE VISTA DE CELINE:

De repente, me dei conta. Aquela mulher à minha frente era uma mente brilhante.

Lembrei-me de um artigo que li sobre ela ter se tornado milionária aos 19 anos sem o apoio financeiro da família.

Mesmo assim, eu não me deixaria intimidar nem recuaria sem dizer umas boas verdades.

"E por que você me processaria? Você não sabe nada sobre mim e eu nunca a desafiei antes. Meu histórico é imaculado", respondi, imperturbável diante de seu olhar frio.

"Confiante, é?", comentou Doris, caindo na gargalhada.

"Você é claramente mais burra do que eu pensava. Quase me matou ontem por causa da sua falta de concentração. E hoje? Acompanhou aqueles três médicos para me reanimar, mesmo tendo sido demitida. Como você chamaria isso?", disse ela em tom de deboche.

"Doutora Celine, você não conseguirá emprego em nenhum hospital se essa informação vazar. Xeque-mate."

Fiquei atônita e sem palavras. Eu tinha perdido feio.

****

"Como posso me casar com alguém que mal conheço? Quer dizer... isso não faz sentido nenhum." Desabafei com minha melhor amiga, Rose, que tinha viajado de Paris só para me ver.

"...mas, olhando pelo lado bom, você pode conviver e se misturar livremente com a elite e a aristocracia." Rose interrompeu, dando um gole em seu ponche de frutas.

"Que lado bom idiota é esse?" Perguntei, erguendo os braços em sinal de decepção. "Aquele em que estou presa para o resto da vida com um homem por quem não sinto nada?"

"Ah, para com esse drama, querida. Mesmo que você tivesse o resto da vida, tenho certeza absoluta de que não se apaixonaria." Rose interrompeu, claramente farta dos meus chiliques.

"Você provavelmente vai acabar solteira em um asilo ou, pior ainda, entrar para um convento e virar freira." Ela provocou, o que me deixou ainda mais irritada. Rose sabia exatamente como me irritar.

"Exatamente o que eu queria dizer, dê uma boa olhada em si mesma", instruiu Rose, obrigando-a a se olhar no espelho.

"É, e o que há de errado?", perguntei.

Ela deu um tapa na própria testa, como se fosse um caso perdido e um osso duro de roer.

"Você é mesmo uma idiota. Como você se tornou neurocirurgiã? E como nos tornamos melhores amigas?", ela suspirou incrédula.

"Eeeee!", resmunguei.

"É, você é linda, inteligente e esperta", elogiou Rose.

"Agora vamos à parte ruim: você é perfeccionista, não tem namorado porque acabou espantando 14 pretendentes e ainda irritou seu namorado com essa sua atitude controladora e arrogante", ela disparou tudo de uma vez.

" "Eu não fiz isso!! O James foi embora porque era incapaz e covarde." Resmunguei, me defendendo teimosamente, o que lhe rendeu um olhar estranho.

"E tenho certeza de que você vai continuar perseguindo seu último admirador e paixão com esse seu ego." Ela disse, como se fosse óbvio.

"Como assim?" Perguntei, de braços cruzados, com a boca entre as pernas.

"Ah, você é tão boba, não sabe que o Christian tem uma queda por você?" Rose perguntou, dando um tapa na própria testa mais uma vez.

"O quê?" Eu exclamei, surpresa.

"É, por isso que ele conseguia tolerar sua arrogância e seu ego enorme, embora sua bondade e beleza às vezes ofuscassem todos os seus defeitos", ela provocou.

"Ei, para com isso, não é justo. Eu nunca soube que ele gostava de mim", respondi, com as bochechas corando, ainda tentando manter a pose de durona.

"E se você soubesse, o que teria feito? Teria começado a ignorá-lo, a agir de forma estranha ou, pior, a rejeitá-lo", disse Rose, jogando uma lata de refrigerante vazia em mim.

"Então, o que eu faço?" Decidi perguntar humildemente, sentando-me no sofá ao lado dela.

"É por isso que eu faço?" "Sugiro que você realize o desejo daquela mulher moribunda, talvez tente chegar a um acordo com seu futuro marido", provocou Rose, um sorriso irônico se formando no canto dos lábios enquanto girava o copo nas mãos.

"Que tipo de acordo?", perguntei, com os olhos atentos em antecipação.

Eu precisava de soluções, e quem melhor para isso do que Rose, que tinha homens aos seus pés diariamente?

"Bem, você pode oferecer um casamento sem prazer e divórcio após a morte da mãe dele. Além disso, tenho certeza de que você vai irritar o filho bilionário dela a tal ponto que ele mesmo vai te expulsar."

Imediatamente me lembrei da minha aventura de uma noite. Será que eu o irritei ou fiz algo estranho e repulsivo?

"É, é uma boa ideia, mas isso não conta como mentir?", respondi, sem entender a piada.

"Você é tão antiquada", Rose revirou os olhos como se estivesse morrendo de tédio.

"Como isso é mentir? Você cumpriu sua parte do acordo, não pode acabar com alguém que não ama para o resto da vida. Como sua melhor amiga, eu não desejaria isso para você", disse ela seriamente.

"Tudo bem, mas e se ele recusar?", perguntei, sem conseguir conter a ansiedade. O trabalho da minha vida estava em jogo.

"Vamos lá, querida, você sabe que homens influentes como ele não gostam de se sentir presos a um casamento, eles adoram explorar, então confie em mim, ele aceitaria", Rose me tranquilizou com um sorriso caloroso.

"Mas você tem certeza de que quer fazer isso?", perguntou ela, olhando fixamente para mim.

"Sim, além disso, é o mínimo que posso fazer para ajudá-la e também para me perdoar, porque sei que ela não viverá muito tempo com esse transplante de coração", sussurrei tristemente.

" "Trabalhei tanto como órfão para chegar até aqui, não posso deixar tudo ir por água abaixo. Não há mal nenhum em me casar, mas tem um pequeno problema..."

"Qual é?" perguntou Rose, com toda a sua atenção voltada para mim.

"Mãe e filho não se dão bem. Sabe... o caos típico de família rica", revelei.

"Bem, você também pode usar isso a seu favor e não se envolver nesse casamento arranjado", sugeriu Rose imediatamente, e rapidamente bolamos um plano.

"É, mas caso o plano A falhe, parta para o plano B, e não se esqueça de mim no paraíso, porque preciso da grana para comprar aquela bolsa e os sapatos novos da Louis Vuitton."

"É melhor você maneirar nos seus gastos extravagantes", adverti-a, mas sabia que cairia em ouvidos surdos, como da milionésima vez que eu dizia isso.

"É, mãe", respondeu Rose sarcasticamente, e caímos na gargalhada.

"Você não estava aqui ontem quando apareci na sua porta, onde você foi?" "Depois de ser demitida e dispensada, acabei na cama com um cara rico", respondi com um ar de indiferença.

Rose parou e me encarou incrédula. "Irmã Mary, você nem deixava seu namorado te tocar! Como isso aconteceu?"

Depois que narrei meu sofrimento... Rose ficou chocada.

"Ele deixou uma quantia enorme de dez mil dólares, um cheque de vinte milhões e um bilhete descarado."

"Nossa, que romantismo frio. Se isso veio dele, imagine quanto mais você pode tirar de você", Rose riu baixinho.

"Ele me usou!", insisti, irritada.

"Mas você admitiu que retribuiu o beijo e até... ofereceu uma bebida a ele", Rose rebateu gentilmente, erguendo o queixo. "Você estava bêbada, sim, mas consentiu, Celine. O problema não é ele, o problema é que você quebrou suas próprias regras. Você se sente violada porque perdeu o controle."

Desviei o olhar, a verdade me atingindo em cheio. "Ele ainda poderia ter se comportado como um cavalheiro."

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