A noite seguia com uma falsa calmaria, como se cada taça erguida e cada risada disfarçasse o que estava prestes a explodir. Meu vestido me apertava de leve na cintura, e a tontura sutil da gravidez se misturava com um pressentimento estranho, como se o ar tivesse ficado mais denso de repente.
Foi quando meus olhos encontraram Sergei, parado perto da varanda, encarando Luigi do outro lado do salão.
Os dois estavam imóveis, mas o olhar trocado entre eles era puro fogo contido. Um silêncio gritante, de mágoas que nunca foram ditas e de sentimentos que não podiam mais ser negados.
Luigi, ao lado de Bianca, mantinha a postura típica de um homem seguro. Mas os ombros estavam rígidos demais. A mandíbula travada. Ele não olhava para a esposa. Seus olhos estavam presos em Sergei, e eu conhecia aquele tipo de olhar. Dor. Desejo. Culpa.
Apertei o passo, ignorando os cumprimentos no caminho e me aproximei de Sergei primeiro, que segurava um copo de whisky como se fosse a única coisa que o man