Minhas mãos tremiam ao apertar a faca com mais força. O peito subia e descia de forma descompassada, a respiração presa na garganta. A porta destruída ainda rangia no chão, mas meus olhos estavam fixos nele. Matteo.
O homem que eu amo. O homem que me jogou neste inferno.
Ele parecia feroz, perigoso. A respiração pesada, os olhos escuros como a tempestade lá fora. Mas havia algo mais ali. Uma emoção que me recusava a reconhecer.
— Fique longe. — Repeti, forçando minha voz a não vacilar. Meu corpo queria correr para ele, se encolher em sua proteção, mas minha mente gritava o contrário.
Ele ergueu as mãos, um gesto pacífico, mas nada nele era tranquilo.
— Angeline... — A voz era baixa, controlada. O caos ainda rugia ao nosso redor, mas Matteo não desviou os olhos de mim. — Sou eu.
— Eu sei quem você é. — Minha garganta queimava. — Você me abandonou aqui. Você me deixou...
A faca em minha mão tremia, mas não soltei. Não podia.
Ele deu um passo à frente, e eu reagi no mesmo instant