O estalo seco do primeiro tiro cortou o ar como um chicote.
Por um segundo, achei que tivesse imaginado. Estávamos em uma festa da máfia. Um ambiente controlado, vigiado, cercado por soldados. Mas o segundo tiro veio em seguida. Depois um terceiro. Gritos. Vidros quebrando.
Meu coração parou.
Isabella.
Corri sem pensar. Subi as escadas como se o inferno estivesse atrás de mim. Meu vestido pesado atrapalhava meus movimentos, mas eu não sentia nada além do pânico se espalhando pelo meu peito.
Passei por duas mulheres chorando, um homem armado empurrando todos pro salão principal. O som dos disparos ainda ecoava pelos corredores, mas já parecia mais distante. Ou talvez fosse minha cabeça, bloqueando tudo que não fosse o quarto onde Isabella deveria estar.
Abri a porta com força.
Ela estava lá.
Abraçada à babá, com os olhos arregalados, chorando em silêncio.
— Isabella! — gritei, aliviada e desesperada ao mesmo tempo.
Ela soltou a babá e correu até mim, se jogando nos meus braço