Observo a médica dar pontos no ferimento na coxa de Angeline. Seus olhos estão fechados, a respiração lenta e tranquila. Assim, adormecida, ela parece frágil, quase inocente, como se a dor tivesse lhe dado um descanso forçado.
A médica me passa as instruções de cuidado. Faço um gesto para que saia, sem dar muita atenção. Quando a porta se fecha, fico ali, apenas observando Angeline. Há algo nela que me desestabiliza de uma maneira que me irrita. Sem pensar, toco levemente seus lábios.
O que essa garota tem que mexe tanto comigo?
Respiro fundo e saio do quarto, a fúria crescendo com cada passo. Assim que entro no cativeiro, vejo Olivia amarrada à cadeira. Sua cabeça está baixa, os cabelos desgrenhados cobrindo parte do rosto. Sem hesitação, dou-lhe um tapa forte. Sua cabeça vira para o lado, um filete de sangue escorrendo de seu lábio partido.
Ela ergue os olhos para mim, cheios de ódio.
— Vai me matar, Filippo? — Sua voz está rouca, mas carregada de desprezo. — Faça isso logo. Melhor