Perdi as contas de quantos dias estou aqui. O tempo se tornou uma ilusão, um borrão de escuridão e silêncio. Não sei onde estou. Não sei onde está Isabella. Não sei onde está Olivia. O pânico me consome cada vez que penso nelas, mas estou fraca demais para chorar. Já chorei tudo o que podia.
O som metálico da fechadura girando me faz encolher. A porta se abre, e Filippo entra, movendo-se com a calma de um predador que já venceu a caça. Ele puxa uma cadeira e se senta na minha frente, cruzando as pernas com indiferença.
— Já fez sua escolha? — Sua voz tem um tom entediado, como se tudo isso fosse apenas um jogo para ele.
Minha garganta seca, e eu balanço a cabeça, recusando-me a falar. Filippo sorri de lado, como se já esperasse minha reação.
— Você realmente acha que o silêncio vai te salvar? — Ele solta uma risada baixa, balançando a cabeça. — Tão previsível... tão patética.
Aperto os olhos com força, levo as mãos aos ouvidos. Não quero ouvir. Não quero pensar. Não quero existir nest