Acordei antes do despertador.
Na verdade, acho que mal dormi.
O coração parecia uma panela de pressão, prestes a explodir a qualquer segundo. Desde a ligação da recrutadora na noite anterior, eu tinha me transformado em um redemoinho de ansiedade e expectativa. A vaga era perfeita demais para ser verdade — o horário, o salário, a chance de morar no emprego — e mesmo que eu soubesse que as probabilidades eram pequenas, eu não conseguia evitar o entusiasmo.
Passei as mãos pelo cabelo e respirei fundo diante do espelho. Estava com o mesmo moletom amassado de ontem e olheiras dignas de um personagem de série policial.
— Ok, Serena, foco. Você é adulta, independente e vai arrasar nessa entrevista. — Falei para mim mesma, erguendo o queixo. — Nada de parecer uma estudante perdida, entendeu?
Troquei o moletom por uma calça social preta e uma blusa branca simples. Deixei o cabelo solto, o suficiente para parecer arrumado sem parecer que eu estava tentando demais. Um batom rosado, perfume leve