O aroma do café fresco se espalhava pela cozinha, misturado ao cheirinho doce do pão que Noah havia esquentado no forno. Eu estava sentada à mesa, com Serena no colo, tentando dar a ela as primeiras colheradas de fruta amassada. Ela franzia o narizinho, fazia uma careta, e logo soltava uma risadinha, espalhando metade da papinha no babador cor-de-rosa.
— Você é exatamente igual a você, Giulia — Noah disse, rindo enquanto passava manteiga na torrada. — Teimosa quando não gosta de algo.
Revirei os olhos, mas não consegui deixar de sorrir. — Isso é culpa sua. Tenho certeza de que ela herdou a teimosia Grimaldi.
Ele se aproximou, beijou a bochecha da filha e depois a minha. Foi rápido, mas o suficiente para me fazer suspirar. Era estranho… tão íntimo e natural, como se estivéssemos em um lugar onde nada nos ameaçava. Mas a memória do bilhete não me deixava esquecer: ainda havia sombras nos observando.
— Vai querer mais café? — Noah perguntou, levantando-se para encher a própria xícara.
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