A noite já caía quando saímos da feira de artes. Giulia falava sem parar no banco de trás, animada com as pinturas, os amigos e a sobremesa colorida que ganhou de um dos professores. O entusiasmo dela era contagiante, um contraste gritante com a calma habitual do meu carro.
— Foi o melhor dia da escola! — ela declarou, balançando as perninhas para frente e para trás. — O papai viu tudo, Isa! Até os desenhos que eu fiz dele!
Isabella, sentada ao meu lado, virou-se para sorrir.
— Você desenha muito bem, Giulia. Acho que deveria pintar mais.
— Eu vou! — Giulia concordou. — Mas agora eu tô com fome. Muita fome.
Meu olhar encontrou o de Isabella por um breve instante antes de voltar para a estrada.
— O que você quer comer?
— Comida japonesa! — ela exclamou. — Igual da outra vez!
Fiz uma curva mais lenta do que o necessário.
— Tem certeza?
— Sim!
Minha filha era viciada em comida japonesa. Desde os três anos, quando insistiu em experimentar sushi no meu prato e devorou as fatias de peixe cru