Olhei para o reflexo no espelho pela terceira vez, alisando inutilmente o tecido do vestido florido. Simples demais? Talvez. O decote era discreto, as mangas levemente bufantes davam um toque romântico, e a saia rodava suavemente ao redor dos joelhos. Mas será que combinava com o luxo daquela escola?
Já era tarde para mudar de roupa.
O ronco do motor de um carro ecoou pela rua, e meu estômago deu um salto involuntário. Afastei a cortina apenas o suficiente para ver o veículo preto parar diante da casa. Ele veio.
Miguel desceu do carro com a mesma postura impecável de sempre, o terno escuro ajustado com precisão ao corpo, a expressão séria escondendo qualquer traço do homem que um dia eu conheci de verdade.
Respirei fundo e saí, sentindo o ar fresco da tarde contra minha pele quente. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele já contornava o carro, parando diante de mim.
— Isabella.
Meu nome na boca dele soava formal, distante. Mas os olhos castanhos me estudaram por um segundo a ma