As roupas estavam jogadas sobre a cama, espalhadas como se esperassem que eu tomasse uma decisão que eu ainda não tinha coragem de tomar. Algumas camisetas, duas calças jeans, um moletom, o nécessaire — era tudo que eu precisaria para um final de semana fora. Ou talvez para algo mais, caso eu tivesse mesmo coragem de seguir meu coração.

Sentei na beira da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos, encarando a tela do celular como se ela pudesse me responder o que fazer. A última mensagem da Giulia ainda estava ali, simples, mas carregada de silêncio:

"Cheguei bem. Boa noite, Noah."

Eu não respondi. Fiquei esperando que talvez ela mandasse outra. Que dissesse mais. Que perguntasse como eu estava depois de tudo. Mas ela não mandou. E agora, depois de dois dias, eu estava aqui, com uma mala pela metade e o peito apertado, imaginando se ela ainda pensava em mim ou se eu só fui um capítulo curto na vida dela.

O clique da maçaneta me tirou do devaneio. Minha mãe entrou com uma bandeja, sorrin