Dante Menegaço
Renzo passou a voz para Sharon. Achei que ela fosse dar uma de boazinha, submissa, mas não foi o que aconteceu. Provavelmente, eles haviam pisado em algo sagrado para ela — algo que ia muito além da própria dignidade.
— Quem está morando naquele quarto, Margot? — perguntou Sharon, apontando para uma porta entre o quarto principal e a cozinha.
— Ninguém. — respondeu de imediato.
— Ninguém? E mesmo assim, mudaram a pintura? — Sharon retrucou sem hesitar.
— Sim, é que a Margot aluga para alguns alunos da faculdade. Assim, ajuda no condomínio — e o daqui é bem caro, por sinal. — Margareth respondeu antes mesmo da filha. — Sei que ainda temos que melhorar muita coisa na decoração, mas ao menos tiramos aquela parede verde com lilás que, convenhamos, era ridícula demais.
Vi a fúria se acender no rosto de Sharon e a firmeza tomar cada palavra que saiu da boca dela.
— Sabe o que é ridículo, minha cara sogra? Ridícula é essa conversa! ESTA CASA É MINHA! E A SENHORA SEMPRE SOUBE D