Ava
Eu sabia que a noite ainda me reservaria alguma cena patética.
Scarlett podia estar fingindo o sorriso, mas cada vez que eu passava perto, dava pra ver a raiva borbulhando atrás dos olhos maquiados demais. E, como toda boa vilã de novela de quinta, ela resolveu que ia me atacar com a arma que mais confiava: o flerte barato.
Eu estava conversando com Maya e Gregório, rindo de uma piada qualquer, quando ela se aproximou com aquele andar calculado de quem acha que tem o mundo nas mãos. O vestido branco dela mal se movia com o corpo, porque parecia mais uma armadura do que uma roupa. Mas os olhos... os olhos miravam só uma coisa: o meu homem.
Scarlett: — Gregório... posso te roubar pra uma dança?
Maya quase engasgou com o espumante. Gregório travou a mandíbula. E eu? Eu sorri. Um sorriso calmo, debochado, afiado.
Ava: — Vai tentar me roubar esse marido também, maninha? Que obsessão, hein?
Ela forçou um sorriso, como se meu comentário fosse uma brincadeira. Mas eu sabia que ela sentiu