Narrado por Maya
Quando a campainha tocou, senti o estômago dar um salto. Olhei meu reflexo uma última vez no espelho do corredor: vestido preto simples, cabelos soltos, batom discreto. Eu parecia calma por fora, mas por dentro estava em ebulição.
Abri a porta e lá estava ele. Bento.
Camisa social escura, blazer aberto, aquele olhar sério que parecia atravessar qualquer máscara. Ele sorriu de leve quando me viu.
— Você está linda. — disse, com a voz grave que sempre me dá a sensação de que ele guarda segredos demais.
— Obrigada. — respondi, tentando disfarçar o rubor que subiu ao meu rosto. — Você também não fica atrás.
Ele estendeu a mão, e eu aceitei. A firmeza do toque dele sempre me surpreende — não pela força, mas pela segurança. Como se tudo estivesse sob controle quando ele estava por perto.
Descemos até o carro. Claro que não era um carro comum. Preto, luxuoso, silencioso. Ele abriu a porta para mim e, durante o trajeto, ficou em silêncio a maior parte do tempo. Mas era um sil