4. Eu te perdoo

Diante do que eles viveram até agora, e o que ele acabou de fazer por ela, dormindo em uma cadeira dura de hospital e pagando as despesas médicas do seu irmão, ela ponderou e aceitou perdoá-lo.

— Certo, eu te perdoou, mas não a quero mais na empresa. — Victor ficou muito feliz diante do que ela falou, e a encheu de beijos, ela sorriu tímida, e correspondeu ao beijo dele. Até que dois furacões, conhecidos como amigas, adentraram o quarto, fazendo que eles se afastassem.

— Desculpe. — Tamires diz sem graça, enquanto Juliana ignora Victor e dá um abraço em sua amiga.

— Quando falei hoje com seus pais eu quase tive um treco, como você passa mal e não nos comunica?

— Não foi nada de mais e Victor passou a noite comigo. — Só então ela olha para o Victor e repara que ele realmente não está todo glamoroso como sempre fica. — Bom dia, Victor.

— Bom dia, Juliana, bom dia, Tamires.

— Bom dia, vocês já tomaram café? — Tamires diz.

— Não, mas não se preocupe, eu vou pedir para o médico assinar a alta da Luna, vou levá-la para casa, assim ela pode tomar um banho e fazer o desjejum.

— Não quero sair daqui, não antes de receber notícias de Natan.

— Odeio admitir isso, mas Victor tem razão, você precisa ir para casa, tomar um banho e se alimentar adequadamente, prometo ficar aqui, e te ligo assim que tiver notícias.

— Concordo também. Precisa se cuidar amiga.

Luana fica feliz com o carinho e atenção de todos e aceita ir para casa.

— Esse não é o caminho de casa Victor.

— Eu, sei, meu amor. — Ele diz beijando sua mão. — Vamos para o meu apartamento, lá posso preparar um banho de banheira relaxante para você, enquanto Madelena prepara nosso desjejum.

— Não era este o combinado, Victor.

— Me deixe cuidar de você, meu amor.

— Certo. — Ela se viu sem saída, então decidiu aceitar os mimos do noivo.

Após estar satisfeita, ela pediu para que Victor a levasse de volta para o hospital, mesmo relutando ele a levou.

— Alguma notícia, mamãe? — Ela pergunta assim que entra no hospital. Sua mãe chorava no ombro do seu pai, que acariciava suas costas com carinho.

— Ele acordou, mas quando soube da morte de Michele, ficou muito nervoso e precisaram sedá-lo.

Ao escutar as palavras de seu pai, Luana sentiu suas forças saírem de seu corpo, as pernas bambearam, e ela só não caiu, porque os braços fortes de Victor a seguraram.

Sabendo da fragilidade de Luana, ele foi com ela até uma cadeira.

— Eu não posso perder o meu irmão Victor, ele é meu parceiro para a vida 

— Eu não sou seu parceiro para vida?

— Sim, mas é diferente, eu e Nathan somos conectados, sou irmã e amiga dele, assim como ele é comigo. Quem cuidará de mim agora? — Luana chorava de soluçar, tamanha tristeza que ela estava. Ela não estava fazendo a pergunta a Victor, e sim a ela mesmo.

Victor se manteve em silêncio, apenas a abraçando apertado, por fora parecia tranquilo, passível, mas por dentro estava como uma bomba pronto a detonar, ele sabia o quanto Nathan era importante para Luana, mas quando ela falou quem estaria lá para ela, e não o cogitou, ele se sentiu traído. Para ele, o único homem a estar ao lado dela teria que ser ele, nem mesmo o irmão ou pai era digno dela. 

Mais algumas horas se passaram e o doutor permitiu a entrada para visitá-lo. E um a um foi entrando no quarto. Luana pediu para ser a última.

Ao adentrar no quarto, ela sentiu um arrepio percorrer por toda a sua espinha. Já ao lado da cama ela começa a dizer.

— Eu te proíbo de morrer, te proíbo, está me ouvindo? — Ela tentou segurar as lágrimas, mas foi mais forte que ela. — Quando a mamãe anunciou que estava grávida, eu o odiei. Não queria ter um irmão, não queria ter que dividir tudo o que era meu com ninguém. — Ela sorriu sem graça — enquanto a barriga da mamãe crescia, eu chorava e fazia birras, mas eles sempre foram pacientes comigo. Um dia, porém, o papai insistiu para que eu fosse conhecer você. Quando os meus olhos se cruzaram com o seu, houve uma imediata conexão. Apaixonei-me pela bolinha azul do meu irmãozinho e, hoje, não consigo viver sem você. Quem vai me irritar? Quem puxará os meus cabelos para me assustar em um filme de terror? Quem fará guerra de pipoca comigo? Quem terá coragem de provocar o papai comigo? Quem vai me consolar quando eu estiver triste, e eu estou muito triste. Preciso de você Nathan. Eu te amo meu irmão, eu te amo muito. — Luana sentiu um aperto fraco na sua mão, ela abaixou e abraçou o irmão com delicadeza. — Obrigada por não me deixar. Juntos venceremos mais essa batalha.

Victor ficou encostado na porta o tempo todo, ele ficou com medo dela passar mal novamente, mas escutá-la dizer que amava outro homem, o deixou desconfortável, mesmo esse homem sendo o irmão dela.

Passou mais alguns dias, Nathan já estava no quarto, quando o médico chega com o diagnóstico final.

A família inteira estava no quarto.

— Foi Infelizmente o que eu imaginava, Nathan quebrou a sua coluna, então não poderá andar mais.

Todos sentiram por Nathan, Luana saiu dos braços de Victor e correu até o irmão que chorava com seu diagnóstico. Ela secava as lágrimas do irmão, e dizia que tudo ficaria bem, que ela estaria sempre ao lado dele para ajudá-lo no que precisasse.

— Mas não, tem algo que possamos fazer?

— Podemos tentar a fisioterapia quando ele estiver melhor, mas as chances de ele voltar a andar, são mínimas.

— Faremos tudo que estiver ao nosso alcance, que seja a vontade de Deus. — Sua mãe diz, indo em direção ao filho.

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