A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas de linho, tingindo o quarto com tons dourados. O relógio no criado-mudo marcava seis e meia quando Ashley despertou ao som da respiração serena de Philipe. Ainda de olhos fechados, ela virou-se delicadamente para ele, como se quisesse gravar aquela imagem na memória — a tranquilidade em seu rosto, os cabelos desalinhados sobre a testa, e o leve sorriso que insistia em permanecer mesmo adormecido. Ela acariciou seu braço devagar, e ele, sem abrir os olhos, murmurou com ternura:
— Está me acordando com carinho ou com saudade?
Ela sorriu, sentindo o coração aquecido.
— Um pouco dos dois. Você parece tão em paz… que eu quase me sinto egoísta por te tirar desse momento.
Ele abriu os olhos aos poucos, deslizando os dedos pela lateral do rosto dela, como se quisesse ter certeza de que ela ainda estava ali.
— Eu prefiro mil vezes acordar com você do que continuar sonhando — murmurou. —