O carro preto estacionou diante da entrada lateral do hospital particular. Paul saltou do banco do motorista com agilidade e contornou o veículo para abrir a porta do outro lado. A senhora de expressão firme, cabelos grisalhos elegantemente presos em um coque baixo e olhos límpidos, desceu com um suspiro carregado de emoções.
— É aqui? — perguntou ela, com um leve tremor na voz.— Sim, mamãe. — Paul estendeu o braço para ampará-la. — A recepção já foi avisada. Ela está no terceiro andar, ala de cuidados intensivos, mas consciente.A mulher assentiu. Era impossível conter o aperto no peito ao pensar na filha. Elise. Sua pequena. Tantas vezes ela a advertira sobre o homem errado, sobre o instinto materno que gritava cada vez que Bob surgia à porta com aquele sorriso forçado e palavras melosas. Ela não ouviu. E agora...Caminharam pelos corredores revestidos de branco e silêncio. O som das máquinas ao fundo, os passos apressados de enfermeiras, o bri