O corredor do hospital estava mais silencioso do que de costume naquela ala. Paul, encostado próximo à porta do quarto de Elise, mantinha-se atento. Quando viu a figura do tio se aproximando acompanhado de um homem de terno escuro — o advogado — endireitou-se imediatamente. A tia de Elise vinha logo atrás, com os olhos vermelhos de tanto chorar, mas agora caminhava ereta, decidida a enfrentar o que fosse necessário por justiça.
— Ele ainda está aí dentro? — perguntou o pai de Elise, voz grave e contida.— Sim, senhor. Ela acordou há pouco. Está conversando com a mãe — respondeu Paul, educado, mas firme. — O senhor está preparado?O homem não respondeu de imediato. Apenas assentiu, apertando os lábios. A esposa segurou seu braço com delicadeza, buscando conforto mútuo.Foi quando o advogado se aproximou, com sua pasta de documentos em mãos.— Já acionamos a polícia. Eles devem chegar a qualquer momento. Os laudos médicos estão aqui, junto com a