A sala é acolhedora, com aroma leve de lavanda. A terapeuta sorri com empatia enquanto Elise se acomoda, um pouco hesitante, mãos entrelaçadas no colo.
A terapeuta se inclina suavemente para frente e pergunta:— Elise, me diga… o que você está sentindo agora?Ela respira fundo. As lágrimas surgem sem convite. E então, ela fala — pela primeira vez, com a alma despida.ELISE— Eu não sei bem por onde começar... Talvez pelo começo. Eu conheci o Bob na adolescência. Ele era bonito, popular, encantador. Me apaixonei. A gente namorou durante anos. Meus pais não aprovavam, diziam que ele era instável, impulsivo. Mas eu não ouvia. Quando estávamos quase no fim da faculdade, ele me pediu em casamento. E mesmo contra a vontade dos meus pais, eu aceitei.Eu achava que estava fazendo a coisa certa. Amor… sabe? Eu acreditava nisso. Me casei com ele antes mesmo de colar grau. Estava tão cega, tão iludida…Três meses. Foi tudo que dur