ALEXIA DINIZ
A minha própria rotina se tornou uma tentativa constante de encontrar refúgio. O trabalho era um escape bem-vindo, um lugar onde eu podia me concentrar em algo além da minha dor. Dudu era meu confidente constante, o ombro amigo que me ampara nos momentos de fragilidade. Ele me incentivava a não desistir de mim, a lembrar da mulher forte e independente que eu sempre fui. Suas palavras eram um bálsamo, mas a verdade é que a minha força se esvai a cada dia que passava.
Uma noite, Matteo chegou em casa particularmente exausto, mas com um sorriso suave nos lábios.
— Tivemos o ultrassom hoje. Está tudo bem com o bebê. Ainda não dá para saber o gênero. — Senti um nó se formar na minha garganta. Era a primeira vez que ele compartilhava um detalhe tão íntimo sobre a gravidez de Daniela.
— Que bom — consegui murmurar, desviando o olhar.
O silêncio que se seguiu foi mais eloquente do que qualquer palavra. Eu sabia que aquele bebê, aquela nova vida, era agora uma parte da