ALEXIA DINIZ
O som da chave girando na fechadura me fez saltar. Levantei-me do sofá, o corpo ainda trêmulo, mas com uma estranha frieza que se instalara em meu peito. A porta se abriu, e Matteo entrou, o sorriso em seus lábios se desfazendo ao me ver. Seus olhos se arregalaram, captando a desolação em meu rosto e a atmosfera pesada do apartamento.
— Alexia, o que aconteceu? Você está pálida. — Ele correu até mim, as mãos estendidas, tentando me segurar. Mas eu recuei, um impulso instintivo, como se seu toque pudesse queimar.
— Daniela esteve aqui, Matteo — comecei, minha voz um sussurro rouco, quase inaudível. Eu observei a expressão dele mudar. Uma linha de preocupação se formou em sua testa, e seus olhos, antes preocupados, agora mostravam um lampejo de apreensão.
— O que ela queria dessa vez? — Ele perguntou, a voz baixa, como se a mera menção do nome dela pudesse estragar ainda mais o que restava entre nós.
— Ela veio para destruir tudo. — Matteo me puxou para seus bra