Tudo parecia ter sido mergulhado em um borrão de sons distorcidos e luzes opacas. Samanta sentia as pernas trêmulas, o peito sufocado, e as palavras de Guilherme ressoando como tiros abafados contra a parede do seu coração.
— Você não pode se casar com ele, Sam! Você não sabe quem ele é! Ele está mentindo pra você!
Guilherme a puxava com firmeza pelo braço, levando-a apressadamente pelo corredor acarpetado do andar nupcial do Royal Hotel, em direção ao elevador de serviço. O tecido leve de seu vestido de noiva se arrastava pelo chão como uma sombra branca de desespero. A cauda bordada, os fios diamantados, tudo que fora cuidadosamente preparado, agora arruinado por lágrimas e pelo terror em sua mente.
— Para, por favor... — ela implorou, quase sem voz, com os olhos marejados e os pés vacilantes nos saltos. — Você está me assustando...Guilherme não faz isso...
— Melhor sentir medo agora, do que passar o resto da vida com um monstro — retrucou ele, feroz. — Sam, você está sendo enganada