Sam
O clima seco de outono parecia mais generoso naquele dia, as nuvens com uma luz dourada, e o vento fresco, que acariciava as ruas movimentadas de São Paulo. Samanta saiu da Clínica Portuguesa com um sorriso discreto nos lábios e a mão repousada sobre o ventre ainda discreto, onde sua filha crescia protegida.
A leve náusea causada pelos exames não era suficiente para diminuir o alívio e a felicidade que pulsavam em seu peito. A pequena estava bem. Saudável. Forte. Aquilo bastava.
No banco do passageiro do Dodge preto, ela recostou a cabeça, fechando os olhos por alguns segundos. Alberto dirigia com calma, atento a cada farol, cada freada, como se carregasse em seu carro a criatura mais preciosa do mundo. Talvez estivesse mesmo. Ele a olhou de relance, sorrindo com aquele canto de boca que só usava para ela.
— Está se sentindo melhor? — perguntou, a voz suave como um afago.
— Um pouco enjoada ainda, mas... — ela abriu os olhos, fitando-o com carinho — estou muito feliz em saber que