Guilherme Estima
O sol de São Paulo filtrava-se pelas janelas do carro, mas Guilherme mal notava a paisagem que deslizava pelo vidro. Sua mente estava em turbilhão desde o momento em que saiu do edifício do Grupo Martins. O nome daquela mulher, Laura Martins, ainda reverberava em seus pensamentos como uma sirene silenciosa. A mesma que se apresentou como uma amiga preocupada, cheia de boas intenções, mas cujo olhar frio e calculista parecia conter séculos de manipulação.
Guilherme conhecia esse tipo. Gente que se esconde atrás de sorrisos e bons modos, lágrimas simuladas e sentimentos teatrais. Ele a observou atentamente durante toda a conversa, medindo suas palavras, testando suas reações. E por mais que ela tentasse mascarar com preocupação fraternal, havia algo a mais por trás daquela súbita aproximação. Algo traiçoeiro. E perigoso.
Mas o que realmente corroía por dentro era o nome que ela mencionou com tanta intimidade.
Samanta.
De todas as pessoas do mundo, ela era a única capaz