O salão iluminava-se em dourado. Helena havia mandado abrir todas as cortinas, e a luz dos lustres refletia nas paredes e no mármore polido. A mesa estava posta com porcelanas francesas, taças de cristal e um arranjo de rosas vermelhas no centro, cujo perfume dominava o ar.
Alberto entrou devagar, o olhar percorrendo a cena.
— Tudo isso para um simples jantar? — murmurou, sem disfarçar o espanto.
— “Simples”? — Helena ergueu a sobrancelha, com um sorriso provocador. — Você me conhece, Alberto. Eu não fui feita para a simplicidade.
Ele suspirou, apoiando as mãos no bolso do paletó. — O dinheiro não se multiplica sozinho. Um jantar desses… pagaria o salário de três famílias por um mês.
Helena riu baixo, atravessando a sala com passos calculados. O vestido negro de seda acompanhava cada movimento, deslizante. Parou diante dele, tão perto que o perfume doce o envolveu.
— E quem disse que não paguei? — respondeu, pousando a mão em seu ombro. — Você não entende… o luxo não é exagero para mi