POV: Aruk Blackwell
A noite estava silenciosa, exceto pelas respirações calmas que vinham do quarto no andar superior. Lucian havia adormecido depois de insistir que sua mãe deitasse com ele. Era sempre assim: um pequeno ritual que, apesar dos anos, nunca mudou. A diferença, naquela noite, é que Ayra não voltou para casa. Ela estava ali, sob meu teto, em minha casa… e tão perto de mim quanto o desejo que eu insistia em negar há cinco anos.
Encostado na parede de pedra da sala principal, fechei os olhos por um momento. O fogo da lareira crepitava, lançando sombras vivas contra as peles penduradas e as estantes rústicas. Era uma noite comum, e ainda assim, minha pele parecia vibrar só por saber que ela estava ali.
Ayra sempre teve esse efeito em mim.
Desde o primeiro momento em que a encontramos, sozinha na floresta, com o corpo frágil e arredondado pela gravidez, meu instinto gritou. Não como Alfa, mas como homem. Ela estava quebrada, ferida, e mesmo assim carregava uma força