Capítulo 4

Capítulo 4

Após o voo, Dante e Lara chegaram ao hotel em Chicago, um luxuoso estabelecimento no centro da cidade. O lobby era amplo e elegante, com lustres de cristal e móveis modernos. Dante caminhou até a recepção, seguido de perto por Lara, que carregava sua mala e a pasta com os documentos da reunião.

"Duas suítes," Dante disse à recepcionista, sua voz firme e autoritária. "Uma ao lado da outra."

Lara olhou para ele, surpresa.

"Senhor Salvatore, acho que não é necessário—" ela começou, mas ele a interrompeu com um olhar penetrante.

"É necessário," ele respondeu, sua voz carregada de uma firmeza que não admitia discussão. "Preciso ter você por perto para qualquer eventualidade."

Lara hesitou, mas acabou concordando com um aceno de cabeça. Ela sabia que discutir com Dante era inútil.

No quarto, Lara tentou se acalmar e se preparar para o dia seguinte. Ela tomou um banho quente, vestiu um pijama confortável e se deitou na cama, mas o sono não vinha. Quando finalmente adormeceu, o pesadelo voltou.

Ela estava novamente no lugar escuro, cercada por sombras que pareciam se mover ao seu redor. A voz de Dante ecoava no escuro, mas desta vez era mais intensa, mais possessiva.

"Você é minha," a voz sussurrou, e Lara sentiu uma dor aguda no peito, como se algo estivesse tentando arrancar seu coração.

Ela acordou de repente, sentando-se na cama com um sobressalto. Seu coração batia acelerado, e ela estava coberta de suor. A respiração estava ofegante, e ela olhou ao redor, tentando se certificar de que estava em seu quarto, em segurança.

"Foi só um pesadelo," ela sussurrou para si mesma, tentando se acalmar. Mas a sensação de medo e angústia ainda estava presente, como se o pesadelo tivesse deixado uma marca em sua mente.

Do outro lado da parede, Dante estava sentado em sua suíte, tentando se concentrar em alguns documentos. De repente, ele sentiu uma onda de angústia e medo, como se algo estivesse errado. Ele sabia que era Lara. O vínculo entre eles, ainda não totalmente compreendido, permitia que ele sentisse suas emoções.

Sem pensar duas vezes, ele saiu de seu quarto e bateu na porta de Lara.

"Lara," ele chamou, sua voz grave e suave. "Está tudo bem?"

Dentro do quarto, Lara hesitou. Ela não queria que ele a visse assim, vulnerável e assustada, mas sabia que não poderia ignorá-lo.

"Sim, senhor Salvatore," ela respondeu, tentando manter a voz firme. "Está tudo bem."

Dante não se convenceu. Ele abriu a porta com a chave mestra que o hotel lhe dera e entrou no quarto. Lara estava sentada na cama, envolta em um cobertor, seu rosto pálido e seus olhos cheios de medo.

"Lara," ele disse, sua voz suave, mas cheia de preocupação. "O que aconteceu?"

Ela olhou para ele, seus olhos cheios de conflito.

"Foi só um pesadelo," ela respondeu, evitando seu olhar.

Dante estudou-a por um momento, como se estivesse tentando decifrar algo. Então, ele sentou-se na cama ao lado dela, sua presença imponente, mas reconfortante.

"Me conte," ele disse, sua voz suave, mas insistente.

Lara hesitou, mas acabou cedendo. Ela contou-lhe sobre o pesadelo, sobre a voz que a chamava e a sensação de medo e angústia que a assombrava.

Dante ficou em silêncio por um momento, como se estivesse ponderando suas palavras.

"Você sente isso, não sente, Lara?" ele perguntou, sua voz grave e suave, carregada de uma promessa silenciosa.

Lara tentou desviar o olhar, mas não conseguiu. Havia algo em seu olhar que a mantinha presa, como se ele tivesse um controle invisível sobre ela.

"Eu... eu não sei do que você está falando," ela respondeu, mas sua voz falhou levemente, traindo sua confusão.

Dante sorriu, um sorriso de canto, como se soubesse exatamente o efeito que estava causando nela.

"Não minta para mim," ele disse, inclinando-se ainda mais para frente, até que seu rosto estivesse a apenas alguns centímetros do dela. "Eu posso sentir o seu coração acelerar. Você quer isso tanto quanto eu."

Lara sentiu um calor subir por seu rosto, mas tentou manter a compostura.

"Isso é inapropriado, senhor Salvatore," ela respondeu, tentando se afastar, mas a cama atrás dela a impediu.

Dante não recuou. Seu olhar escuro e intenso se fixou no dela, prendendo-a como se pudesse ver através de cada barreira que ela tentava erguer. Lara engoliu em seco, sua respiração entrecortada. 

"Eu já disse para não me chamar assim quando estamos a sós," ele murmurou, a voz rouca deslizando por sua pele como um toque invisível.

Lara apertou o cobertor ao redor do corpo, buscando algum resquício de controle sobre a situação. "Isso não importa. O que aconteceu aqui foi um impulso... nada mais."

Dante ergueu uma sobrancelha, um brilho perigoso em seus olhos. "Nada mais?" Ele repetiu, testando as palavras. "Então por que está tremendo?"

Ela odiava o efeito que ele tinha sobre ela. Odiava como seu corpo respondia antes que sua mente pudesse impedir. Mas precisava resistir.

"Você deveria voltar para o seu quarto, Dante," ela sussurrou, tentando soar firme, mas soando fraca até para si mesma.

Ele não se moveu de imediato. Seus olhos varreram o rosto dela, analisando cada detalhe, cada emoção que tentava esconder. Então, finalmente, ele soltou um suspiro baixo e se levantou.

"Se precisar de mim, estarei ao lado," ele disse, sua voz carregada de algo que Lara não conseguia decifrar.

Ela apenas assentiu, incapaz de dizer mais alguma coisa.

Quando Dante saiu e fechou a porta, Lara soltou o ar que nem percebeu que estava prendendo. Seu coração ainda martelava no peito, sua pele ainda formigava com a lembrança da proximidade dele.

Ela deitou-se novamente, tentando acalmar os pensamentos. Mas, no fundo, sabia que era inútil.

Lara virou-se na cama, puxando o cobertor até o queixo, mas o sono se recusava a voltar. Seus pensamentos estavam inquietos, rodopiando ao redor de Dante e da sensação avassaladora de estar tão próxima dele. O calor de seu olhar ainda queimava sua pele, e a intensidade de sua presença parecia impregnar o quarto, mesmo depois que ele havia partido.

Ela fechou os olhos com força, tentando afastar aquelas sensações. Mas, em vez de tranquilidade, tudo o que encontrou foi o eco do pesadelo ainda pulsando dentro dela. A voz no escuro. O aperto sufocante no peito. O medo irracional que não conseguia explicar.

Lara sentou-se novamente na cama, os dedos trêmulos massageando as têmporas. Não podia continuar assim. Estava deixando as coisas saírem do controle. O que quer que estivesse acontecendo entre ela e Dante precisava parar antes que fosse longe demais.

Determinada a clarear a mente, ela se levantou e caminhou até a janela. Chicago brilhava abaixo dela, uma cidade vibrante e cheia de vida, mas naquele momento, tudo parecia distante.

Com um suspiro cansado, ela se afastou da janela, fechando as cortinas com um movimento lento, quase automático. Olhou para a cama, que parecia convidativa, mas o desejo de dormir parecia distante. Ela sabia que se fechasse os olhos novamente, o pesadelo poderia retornar. A sensação de estar perdida em um espaço escuro, a voz de Dante sussurrando suas palavras possessivas… tudo aquilo parecia tomar conta dela de maneira cada vez mais intensa.

No entanto, o cansaço físico começou a pesar. Lara se deu conta de que seu corpo estava exausto, e o sono estava começando a se infiltrar lentamente em sua mente, embora sua alma ainda estivesse agitada. Ela se deitou na cama novamente, fechando os olhos, tentando afastar os pensamentos inquietos. Por alguns instantes, ela ficou ali, imóvel, apenas ouvindo o próprio coração bater em seu peito, tentando se acalmar.

Finalmente, o cansaço venceu, e ela adormeceu.

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