(POV Elias )
O beijo ainda queimava nos meus lábios quando me afastei um segundo, o peito arfando como se tivesse corrido uma batalha inteira. Selene me olhava de perto, os olhos dela brilhando em dourado, selvagens, como se a loba estivesse ali também, pronta para me dilacerar.
O selo latejava como ferro em brasa no meu peito. Cada batida do coração dela socava dentro de mim, e não importava o quanto eu tentasse lutar — eu sentia. Sentia a respiração dela, sentia o calor do corpo, sentia até o arrepio na pele dela como se fosse meu.
Rosnei, a voz rouca, carregada de raiva:
— Você é a minha maldição…
Ela ergueu o queixo, sem recuar um milímetro.
— Então deixa a maldição te engolir.
O corpo me traiu antes da mente. Minhas mãos agarraram os braços dela, apertando forte demais, como se eu pudesse quebrar o elo esmagando a carne. Mas quando ela gemeu — não de dor, mas de desafio —, algo dentro de mim ruiu.
Nossos lábios colidiram de novo, mais ferozes, mais violentos. Não era beijo de ama