(POV Selene)
A neve começava a cair outra vez quando deixamos a fenda.
Os lobos ficaram em silêncio, observando a partida, e nenhum deles ousou desejar boa sorte.
Não havia sorte onde íamos — só o destino.
Dorian caminhava à frente, o manto escuro se misturando à bruma.
Caelan vinha um passo atrás de mim, sombra viva, quase sem ruído.
O vento cortava o rosto, mas o frio já não me incomodava; o selo ardia tanto que era como carregar um sol debaixo da pele.
O caminho para o templo era estreito, uma trilha antiga marcada por pedras com símbolos lunares.
Cada pedra parecia pulsar quando eu passava, como se reconhecesse meu sangue.
A cada passo, sentia o peso do que Ivy dissera: eles queriam me abrir.
E eu não sabia mais se o selo me protegia… ou me preparava para o sacrifício.
Dorian parou de repente, o olhar fixo à frente.
Entre as árvores secas, uma estrutura se erguia — restos de colunas, muros partidos, e o que restava de um altar coberto de gelo.
O templo das ruínas.
Lar dos primeiro