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Capítulo 109 — O Julgamento do Elo

(POV Elias Drave)

O barulho da chuva era pior do que o silêncio.

Pingava das pedras, escorrendo até o chão de terra batida, e cada gota parecia um segundo a menos de vida.

A clareira da matilha estava cercada.

Lobos por todos os lados, olhos dourados brilhando no escuro, respiração contida.

Ninguém falava, mas eu sentia a acusação neles.

O forasteiro.

O inimigo.

O caçador que trouxe desgraça à fenda.

Amarraram minhas mãos com cordas grossas, não por necessidade — o selo me prendia mais que qualquer nó —, mas por ritual.

O ar cheirava a ferro, suor e medo antigo.

E, acima de tudo, à expectativa.

Eles queriam um culpado.

E eu sempre servi bem nesse papel.

Dorian estava à frente, de pé sobre a pedra do julgamento.

A postura dele era firme, mas os olhos... os olhos diziam o que a boca não podia: ele não queria me matar.

Só não sabia como me deixar viver.

Ronan estava à direita, braços cruzados, o olhar de fera domesticada à força.

A raiva dele era quase palpável.

Já me espancou uma vez —
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