Após alguns dias, finalmente os remédios começaram a fazer efeito novamente e Maurício já estava mais estável. Aceitava bem a fisioterapia sem reclamar, recebeu o psicólogo e parou de implicar com a enfermagem. Nesse clima mais leve, Clara voltou ao assunto de sua família e amigos.
— Maurício, sua mãe e seu irmão querem ver você. Alê, Tati e Pietra também sentem sua falta e querem te visitar. O que você acha de começar a receber as pessoas?
Ele ficou em silêncio. Na verdade, estava se esforçando, pois não queria ser visto em uma cadeira de rodas. Queria apenas voltar quando estivesse andando, e era esse o motivo de estar se esforçando na recuperação. Aquela situação mostrava mais dele aos outros do que ele gostava. Ele permitia que Clara visse sua recuperação apenas por temer perdê-la se não o fizesse. Do contrário, iria seguir sozinho, como já havia se acostumado.
— Posso ligar para sua mãe? — Clara insistiu.
— Ela não. Só o Henrique.
Clara mandou mensagem para Henrique e