Foi a primeira vez que Maurício pediu para Clara ir até o hospital. Ela sempre dizia que ele poderia chamá-la a qualquer dia ou horário, que daria um jeito no trabalho ou com o filho, mas ele não gostava de incomodar. Estava em um hospital, tinha assistência 24 horas por dia, então não queria trazer mais aborrecimentos. Mas aquela era uma situação diferente. Algo que não poderia falar por mensagem ou ligação, precisava da opinião dela.
Tentou não alarmar, não era nada grave ou urgente, mas ainda assim, Clara chegou rápido.
Era fim de tarde quando entrou no quarto. Uma enfermeira animada terminava de aplicar a medicação em Maurício.
— Oi, boa tarde. Oi, Cris, hoje é você. Tudo bem? — disse Clara.
— Tudo sim, Clara. Já estou terminando a medicação do Maurício.
Clara se aproximou pelo lado oposto da cama e segurou a mão dele, recebendo em troca um sorriso largo. A enfermeira observou a cena e comentou:
— Vocês dois formam um casal tão bonito. Já pensaram em ter filhos?