Clara chegou ao hospital acompanhada de Tati. O coração batia descompassado, e cada passo pelo corredor branco parecia ecoar alto demais. A mente estava em branco; só havia um pensamento: precisava chegar, entender o que havia acontecido e, acima de tudo, ver Maurício.
Na sala de espera, o ar era pesado, denso, como se todos ali respirassem a mesma ansiedade. Alguns policiais do batalhão estavam espalhados em silêncio, o uniforme ainda marcado de poeira e suor, aguardando notícias. Em um canto, sentado com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos prendendo a cabeça, estava Henrique. O corpo dele parecia menor do que realmente era, como se estivesse encolhido pela dor.
Antes que Clara se aproximasse, um dos soldados a interceptou. A voz dele era firme, mas embargada pela tensão.
— Você é Clara, namorada do Nogueira?
— Sou, sim. O que aconteceu? Onde ele está?
— Ele está em cirurgia. Durante nossa operação houve uma explosão, e o tenente foi ferido. Estamos todos aguardan