A sala de espera estava mergulhada em um silêncio pesado, interrompido apenas pelo zumbido contínuo da iluminação fluorescente. O ar carregava um cheiro misto de desinfetante e café frio, lembrança de uma madrugada que já se estendia além do esperado.
Dona Isadora entrou, os sapatos ecoando no chão frio. Não olhou para Clara. Henrique se acomodou ao lado da mãe, percebendo que naquele instante, ela finalmente foi informada que Clara e Maurício estavam juntos. O desprezo no olhar dela era palpável, quase sufocante.
Clara não se importou. Seu coração estava preso à imagem de Maurício, e cada segundo de espera aumentava a ansiedade. Alexandre e Tatiane estavam ao seu lado, compartilhando um silêncio carregado de tensão. O relógio na parede parecia zombar deles, cada tique-taque lembrando que o tempo estava longe de curar a urgência que sentiam.
O médico finalmente apareceu. A voz dele cortou o ar como um bisturi:
— Familiares de Maurício Muniz Nogueira?
Todos se levantaram,